28/09/2015 | na mídia
Por master

iBahia - Comportamento 
 

A estudante Luciana de Lima, 23 anos, sempre amou andar de salto alto dentro de casa, passava as noites dançando na sala de casa até o raiar do dia. Mas, em julho desse ano, o hábito que Luciana cultivou desde a adolescência virou um problema.

Ao se mudar da casa onde vivia com a família para um apartamento, percebeu que as regras são diferentes. “Recebi uma notificação do condomínio sobre o barulho que meus saltos estavam fazendo. Eles falaram que o barulho dos saltos estava incomodando e ameaçaram me aplicar uma multa se eu continuasse com isso”, conta a estudante.

A realidade de Luciana não é única. Com a verticalização das cidades, o volume de condomínios de prédios cresce e com isso há mudança nas regras de comportamento dos moradores - em muitos casos, a confusão é inevitável.

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“Quando a pessoa está acostumada a morar em uma casa, ela passa por uma fase complicada de adaptação quando vai para um condomínio. Na casa, você é dono e responsável por tudo. No condomínio, você acaba dividindo com as outras pessoas as partes boas e ruins”, explica o administrador de condomínios Valmir Reis.

O gerente de condomínio da Apsa, Jean Carvalho, afirma que o maior motivo das discussões desse modelo de moradia continua sendo o tão reclamado barulho dos vizinhos. “Muitos acham que, por morar em uma propriedade particular, podem ouvir música alta, mas o som consegue avançar as barreiras físicas, ainda incomodando o vizinho”, argumenta.

O barulho foi, inclusive, um dos motivos da expulsão da produção da MTV em um condomínio em São Conrado, no Rio de Janeiro, no ano passado. A casa era locação para o reality show Are You The One Brasil. O excesso de festas e de entrada e saída constantes de pessoas atribulou o dia a dia dos vizinhos, que entraram com uma ação na Justiça e a equipe teve que se mudar.

Cuidados

A estrutura de segurança também precisa ser mais elaborada, pois há mais opções de acesso, além de ruas extensas e maior fluxo de veículos. “Por estar mais expostos, os equipamentos de segurança também ficam mais vulneráveis a raios e outros fatores, além dos custos para a cobertura de uma área bem maior que a de um residencial de prédios. Por ser grande, também é necessário um número maior de profissionais para cobrir a área”, explica Jean.

A administração condominial também é mais complexa, pois necessita de maior tempo para fazer a supervisão e gerenciamento das tarefas rotineiras. “Quando você está em sua casa, os custos de manutenção e administração das contas são feitos de forma individual. No caso de um condomínio, as coisas são diferentes e é possível entender isso para evitar conflitos”, argumenta Valmir.

Como a maioria desses conjuntos residenciais foi instituída por meio de loteamentos associados, é necessária, em alguns casos, também a contratação de uma administradora para oferecer consultoria administrativa, técnica e jurídica ao corpo diretivo do local.

"É necessário instituir o condomínio para a contratação de funcionários e elaboração da Convenção Condominial. Se o local não possuir CNPJ, ficará vulnerável a diversas sanções legais”, argumenta Jean.

Diferenças

Morar em condomínio de casas em vez de apartamentos, pode ser uma vantagem. As despesas para obras emergenciais e manutenção da estrutura e outros tendem a ser mais baixas. O pagamento do IPTU também é um diferencial, pois depende apenas do pagamento do seu imóvel, em vez de ter relação direta com a fração ideal das áreas comuns, como nos apartamentos.

"O proprietário é livre para fazer as reformas que desejar em seu lar, além de gozar de maior privacidade, liberdade e intimidade ”, ressalta Jean.

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